História do Acidente Vascular Cerebral
Foi Hipócrates quem descreveu pela primeira vez a paralisia repentina que é frequentemente associada com os acidentes vasculares cerebrais (AVC). Os episódios de AVC e o histórico familiar de AVC têm sido descritos desde o segundo milénio A.C. adiante, na antiga Mesopotâmia e Pérsia. Hipócrates (460-370 A.C.) foi o primeiro a descrever o fenómeno da paralisia repentina, que é frequentemente associado com a isquemia. A apoplexia, que advém da palavra grega que significa “atingido violentamente”, surgiu pela primeira vez nas escritas de Hipócrates para descrever este fenómeno. A palavra AVC foi utilizada como sinónimo de ataque apoplético desde 1599, e é uma tradução bastante literal do termo grego.
Em 1658, na sua Apoplexia, Johann Jacob Wepfer (1620-1695) identificou a causa do AVC hemorrágico, quando sugeriu que as pessoas que tinham morrido de apoplexia tinham hemorragias nos seus cérebros. Wepfer também identificou as principais artérias que irrigam o cérebro, as artérias carótidas e vertebrais, e identificou a causa dum tipo de AVC isquémico conhecido como enfarte cerebral quando sugeriu que a apoplexia podia ser causada por um bloqueio a estas artérias. Rudolf Virchow descreveu pela primeira vez o mecanismo de tromboembolismo como um fator importante.
O termo AVC foi introduzido em 1927, refletindo uma “crescente consciêncialização e aceitação das teorias vasculares e (…) o reconhecimento das consequências duma interrupção brusca do fornecimento vascular do cérebro”. O seu uso agora é desencorajado por vários livros didáticos de neurologia, fundamentando que a conotação fortuita realizada pela palavra “acidente”, não destaca suficientemente a alterabilidade dos fatores de risco subjacentes. Como alternativa pode ser utilizada Apoplexia Cerebrovascular.
O termo “brain attack” (ataque cerebral) foi introduzido para sublinhar a natureza aguda do AVC de acordo com a American Stroke Association (Associação de AVC), que tem utilizado o termo desde 1990, e é utilizado coloquialmente para se referir tanto ao AVC isquémico, como ao AVC hemorrágico.