Fase de recuperação do Acidente Vascular Cerebral
Consoante a Organização Mundial de Saúde, 2003 os estágios da fase de recuperação são:
1. Estágio flácido
Persistência da hipotonia, havendo perda motora geral e perda sensorial severa. O braço fica mole e caído e o paciente não consegue firmar-se no espaço devido à fraqueza muscular e ao baixo tónus muscular, sendo o mais incapacitante dos 3 estágios.
2. Estágio de recuperação
Evolução para o tónus normal, os movimentos iniciam-se nos membros, primeiro mais distalmente, permanecendo na generalidade uma leve incapacidade.
3. Estágio espástico
Evolução para a hipertonia, a recuperação da função motora com uma evolução para a espasticidade é bastante frequente. Há uma recuperação inicial dos movimentos proximais dos membros. O tónus muscular aumentado conduz à espasticidade que se apresenta nos músculos antigravíticos.Este tónus muscular é diferente em cada indivíduo, influenciando a qualidade do movimento:
- espasticidade severa: os movimentos são difíceis e por vezes impossíveis devido à contracção muscular contínua;
- espasticidade moderada: os movimentos são lentos e realizados com esforço e coordenação anormal;
- espasticidade leve: os movimentos grossos dos membros são possíveis, enquanto os movimentos finos da mão são difíceis.
4. Ataxia
Ataxia, é resultado em alguns casos de hemiplegia (principalmente os causados por trauma), o cerebelo ou o sistema cerebelar pode ser afectado. Os movimentos são descontrolados e excessivos, havendo dificuldade na realização e manutenção das posições intermediárias de um movimento. A realização de tentativas voluntárias para resolver esses problemas causa tremor intencional e dismetria.
Bobath
Segundo Bobath, existem três estágios pós-AVC:
- Primeiro estágio é a hipotonia no hemicorpo afectado;
- Segundo estágio é a hipertonia do hemicorpo afectado;
- Terceiro estágio é a de recuperação relativa que depende de muitos factores entre os quais o local e a extensão da lesão, a idade, a capacidade do sistema nervoso se reorganizar (plasticidade) e a motivação/atitude do utente que podem fazer variar o tempo de permanência entre os estágios e condicionar a recuperação (O´Sullivan, 1993).